sábado, 27 de fevereiro de 2010

O JORNALISTA E PROFESSOR CLODOMIR SILVA

GILFRANCISCO: jornalista, professor da Faculdade São Luís de França e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. gilfrancisco.santos@gmail.com



No dizer de Freire Ribeiro, Clodomir Silva, "é um pássaro luminoso que alto voa na embriaguês do azul" ou o Desembargador Luiz Pereira de Melo, "seu desaparecimento há 46 anos, foi como uma hora crepuscular para a cultura sergipana." O saudoso mestre, José Calasans diz que "Clodomir recolheu muita coisa da poesia popular em Sergipe. Na Academia Sergipana de Letras, declamava dezenas de quadras populares. Ele me impressionou muito, não era um professor que empolgasse na classe. Faltava muito, mas era desses professores de conversa de porta de sala."

Nascido em Aracaju a 20 de fevereiro de 1892, era filho de Eugênio José da Silva e de D. Argemira de São Pedro e Silva. Nessa cidade fez os primeiros estudos, cursando preparatórios no Ateneu Sergipense. Como Machado de Assis, José do Patrocínio, Humberto de Campos e outros, foi seduzido pela vida de imprensa, ingressando muito jovem como tipógrafo, em um dos jornais que aqui circulavam.. Segundo um dos seus companheiros de ofício da época, em depoimento a Freire Ribeiro, contou-lhe "do seu trabalho, do seu esforço para acompanhar a composição dos tipógrafos mais adiantados o que dentro em pouco conseguiu não só alcançá-los como ensiná-los no melhor compor essa música dos tipos, cujos acordes retemperam e alargam a grande sinfonia universal das idéias humanas."

Em abril de 1919 ingressa na tradicional Faculdade de Direito do Recife, somente no ano de 1923 conseguia matricular-se no curso de Bacharelado. Fazia sempre os exames de segunda época, porque sendo pobre, não frequentava o curso. Diferentemente de muitos sergipanos, ao bacharelar-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1926, retorna a terra natal para dedicar-se ao estudo da história do lugar e dos costumes do povo, dos ditos populares, da linguagem dos homens iletrados.. Casado com a professora do Instituto Coelho e Campos, Anna Araújo de Souza e Silva conhecida no meio social, por Nanoca, a 9 de dezembro de 1922, o jovem casal gerou oito filhos, três homens e cinco mulheres, sendo que dois deles (Atma e Aperipê) faleceram ainda criança.

Depois de visitar São Paulo em setembro de 1920, Clodomir Silva esteve em Santos, onde foi entrevistado por dois jornais: A Gazeta do Norte e pelo Jornal da Noite diz:"eu tinha as melhores notícias; não pensei, porém, fosse tão agradável cidade como é. Que formosura natureza! Encantaram-me suas praias, o aspecto das ruas, que, confesso-lhe,meu amigo, tem alguns pontos, parecenças com Aracaju, guardadas as condições das duas cidades"


- O Jornal da Noite vem pedir a Clodomir Silva impressões a respeito da vida de Sergipe?


Clodomir Silva - E com imenso prazer lhes transmito. Sergipe se impôs a si mesmo a tarefa admirável de trabalhar pela sua grandeza. Atualmente a capital e as povoações do interior do Estado vêm a cada dia o incentivo e o auxílio das leis à construção particular, pelo que a situação melhora, não somente sob o ponto de vista de comodidade, como sob o de estética e de higiene.
As cidades mais importantes estão iluminadas a luz elétrica, pelo que Maruim, Laranjeiras, Itabaiana, Rioachuelo, São Cristovão, já desfrutam esta vantagem, além de Aracaju. Em trabalhos de instalação já se encontram os serviços de iluminação de Capela, Propriá e Estância.

J.N. - E que nos diz V. S. Quanto a instrução?

S. - Que a lotação das escolas excede à toda previsão, motivo por que o governo vem criando grupos escolares em diversas localidades, como sejam São Cristovão, Estância e Vilanova. Atualmente, temos quatro delas na capital e uma na cidade de Capela. As matrículas são continuamente ampliadas, de modo a atender a afluência não somente ao ensino primário, mas, também, ao normal e aos secundários.

J.N. - Qual a divisão adotada em seu Estado, para os cursos?

C.S. - Chamamos secundários aos que se professam no Atheneu, constantes dos seguintes ramos:Ginásio, o fiscalizado pela União; comercial e integral, os preparam os sergipanos para a carreira do comércio, e para os labores agrícolas; normal, os que formam professoras pela Escola Normal. Primário, o do início como sabe.

J. N. - A renda do presente exercício será grande?

C.S. - Será regular, pois que diversos fatores têm contribuído para que não sejam avultados os reditos do Estado. Cerca de Cinco mil contos.

J.N. - Quiséramos uma opinião quanto à evolução literária?

C.S. - É lenta a evolução; mas firme. Há inegavelmente uma tendência muito apaixonada do sergipano para as letras. Temos certos literários que se esforçam por desenvolver a aptidão e o gosto dos patrícios pelo livro. Possuímos jornais e revistas, modestamente feitos, mas desempenhando o seu objetivo.
A Biblioteca do meu Estado é das melhores do Brasil, não somente pelo edifício, como pelo considerável número de volumes: - trinta mil!

J.N. - De política, que nos poderá informar?

C.S. - Asseguro-lhe que as condições políticas internas e externas são excelentes.
O presidente Lobo vem mantendo o princípio valadonista da calma e da cordialidade na política e na administração. O ruído que às vezes levantam descontentes pela imprensa, como há pouco foi verificado na do Rio, representa, apenas, o despeito dos que não viram realizados os róseos sonhos com que se iludiam. É a mesmo voz que procura denegrir em todos os tempos os ideais superiores apontados pelo amor a sua terra.
Esses rumores não representam nenhum valor político.

J.N – A fórmula da futura chapa?

C.S. - Ponto velado este, meu amigo. Posso, entretanto, afirmar, que a escolha consultará os interesses do Estado e os do Partido, pretendendo-se que a chapa seja uma defesa aos empreendimentos de Sergipe.

J.N. - Vamos terminar, dissemos e ainda quizerámos alguns informes a respeito das questões de limites.

C.S. - Digo-lhe que nada ficou resolvido da última reunião. Bahia não quer terminar o litígio com os Estados de Sergipe e Pernambuco, pois está de posse das terras reclamadas.
O representante de Sergipe, esforçado e ilustre conhecedor do assunto, o coronel Ivo do Prado, fez o possível pra chegar a uma conclusão. Tudo debalde.
Não me avanço em detalhes porque pretendo fazê-lo, aqui em Santos, de modo mais amplo e conveniente.
Já que pretende deixar-me peço-lhe assegure ao Jornal da Noite a minha estima, e de suas colunas, saúde, em meu nome, a colônia sergipana desta cidade.


No Diário Oficial do Estado, Clodomir de Souza e Silva publicou alguns textos como: Discurso pronunciado na sessão da Assembléia Legislativa do Estado, em 31 de dezembro de 1919 (D.O. 1. de janeiro de 1920)


Sr. Presidente:


“O problema mais fortemente interessante, para nós brasileiros, neste momento significativo de nossa vida de povo organizado, vinha sendo de há tempo o problema do saneamento geral do nordeste do Brasil.
Considerado por diversos, referido por muitos, estudiosos e cientistas, permanecem, entretanto, esquecido pelos homens de administração.
Grandemente importante, porém, ele pesava imperioso entravando a nossa civilização, desdizendo os nossos foros de novo que evolve e que se faz notado, pois que era, de tão expressivo e preponderante, um caso capital a resolver.
Dizendo imediatamente para a felicidade física e moral de centenas de milhares de patrícios, essa resolução, Sr. Presidente, si bem que difícil, importa numa escalada vitoriosa para o progresso e para a fama da terra prodigiosa do Cruzeiros.

E esta plaga formosa, cujo pavilhão drapejou, não faz muito ainda, às brisas revoltas dos revoltos mares onde espalhavam os ponderados homens do século das maravilhas a devastação e a ruína, esta plaga formosa, dizia, tão imponente e Ferraz quão inculta e inexplorada, não pode continuar sendo algoz de seus próprios filhos, tumba mages tosa duma raça trabalhadora e descurada.
O serviço de saneamento, Sr. Presidente, que não é somente físico, porque ao lado do trabalho da higiene vem também a escola - o novo Thabor de transformação dos povos - ; esta obra que não é apenas a de desbravar a via fluvial e de traçar férreas paralelas que conduzem a locomotiva, mas também a de iniciar nos mistérios imprescindíveis do livro milhares e milhares de brasileiros que ainda se não forraram às trevas da ignorância, acaba de determiná-la o pulso forte de Epitácio Pessoa, o Presidente cujo governo se vai assinalando pela compreensão e pelo tino, governo que ausculta a necessidade do país para dar-lhe o remédio, que olha para ver, e que prescruta para resolver.
A nação vinha devendo de há muito esta divida a seus filhos do nordeste, devastados pela enfermidade, pelos trânsfugas da ordem, os bandeirantes do crime cujos nomes constituem todo inteiro um capítulo de terra e sangue na história daquelas inditosas gentes.
E agora intenta pagá-la, Sr. Presidente, graças ao patriotismo do nortista eminente que é o dr. Epitácio Pessoa.
A Assembléia Legislativa de meu Estado não se pode esquivar à demonstração que merece o ilustre estadista que orienta a Nação Brasileira, traçando-lhe uma rota de paz, de trabalho e de ventura, demonstrando que se impõe neste momento em que ele se lança à realização do mais capital dos problemas internos de prosperidade do nosso amado Brasil: - o saneamento do nordeste, empreendimento que falara alto no grupo dos projetos do Chefe do Estado.
Sergipe, onde também impera com seu cortejo de infelicidades e miséria a adustão das secas, rejubila-se com este ato valiosíssimo, porque o compreende capaz de mudar por inteiro o aspecto duma região, que, de futuro, adaptada aos fastígios da civilização, terá condições para ser o soberbo habitat de todos os povos.
Por isto, Sr. Presidente, apresento à consideração da Casa a seguinte.

Moção

A Assembléia Legislativa do Estado de Sergipe, com a consciência de que o saneamento do nordeste do Brasil importa na verdadeira redenção da gente infortunada que povoa esta parte na Nação, congratula-se com o eminente estadista dr. Epitácio da Silva Pessoa, Presidente da República pela assinatura do Decreto que autoriza os serviços desta notável obra de administração e da humanidade.
Corpo representativo que é a Assembléia Legislativa não pode deixar de dirigir também, no dia do encerramento da presente sessão extraordinária, seus protestos de solidariedade política a este operoso homem público, cujo intento vem sendo a política de união de vistas para a prosperidade da Pátria.


Três anos depois o Discurso proferido em nome do povo na noite de 27 de julho de 1923, em homenagem aos aviadores navais (Diário Oficial de 28 de julho de 1923).


A guerridos soldados do espaço:

A multidão que ora vos defronta vem trazer-vos com a sinceridade que lhe é própria, porque traduz uma vibrante espontaneidade, a demonstração indizível de seu apreço.
A alma sergipana, simples e modesta, sente com frêmito os grandes momentos que dignificam e exaltam sua terra.
E o povo desta gleba fecunda, trabalhador e bom, costumam tomar parte nas manifestações de carinho que se voltam a aqueles que conquistam os nobre feitos pelo seu esforça e pela sua operosidade.
E assim é que a alma popular desta gente afetuosa e amiga que sofreu com Tobias e com Fausto, que lutou com Camerino nos plainos sangrentos de Curuzu e que se corporizou na figura varonil de Aurélio Garcindo, quando da terrível abordagem da Parnaíba, tem para os que lhe falam a emotividade os vivos louvores de seus aplausos.
Agradecida ao vosso empenho em vir honrá-la com a presença ilustre, ela augura que os dias do futuro em que vossa coragem tenha de vos compelir a defesa da formosa Pátria de nosso berço, emulem as vossas iniciativas as lembranças dos céus azulinos de nossa terra, a placidez das águas quietas do Sergipe e o frêmito entusiástico deste povo tenacíssimo que constrói e trabalha, que luta e que vence.
E que sempre onde quer que drapeje o pavilhão do Brasil na sua energia vibratibilidade fale ao vosso coração a grandeza imensurável da amada Pátria Brasileira a vos acene com os dilúculos suaves da aurora do triunfo.
Salve, valorosos marujos!”

Clodomir Silva foi um dos fundadores em 1929 da Academia Sergipana de Letras e ocupou a cadeira n.13 que teve como Patrono o notável Frei José de Santa Cecília..Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, no qual foi diretor; maçom, membro atuante e destacado, chegou a ser Venerável da Loja Capitular Cotiguiba, de julho de 1924 a junho de 1925; diretor da Instrução Pública de Sergipe. Clodomir foi eleito para a legilação de 1920 a 1922, mandato de deputado que lhe foi renovado para a legislatura de 1923 a 1925. Como deputado, Clodomir teve oportunidade de apresentar vários projetos de Lei, como o que restaurou a informação histórica e fixando o nome do rio Sergipe, então confudido com o rio Cotiguiba. Este projeto foi apresentado em 21 de outubro de 1925 e convertido em Lei em 9 de novembro de 1926.

Estudioso da cultura sergipana, de seus costumes e tradições, realizou sérias pesquisas. Deixou dispersa uma série de publicações em nossos periódicos, publicando apenas dois livros, obras primas da historiografia sergipana: Álbum de Sergipe, impresso na Tipografia do jornal. O Estado de São Paulo, 1920, edição organizada para publicação pelo Governo do Estado na ocasião do centenário da Emancipação Política de Sergipe. O Álbum, constitui referência obrigatória para os estudos sergipanos, síntese de uma balanço da história, da economia, da geografia, da administração, da política de Sergipe..Sua segunda publicação, Minha Gente, Pongetti & Cia, Rio de Janeiro; uma 2 ed. para celebrar os 30 anos da morte de Clodomir Silva, Livraria Regina,1962, acrescida de novos textos e em 2003 uma 3. edição, patrocinada pela Prefeitura de Aracaju, através da Funcaju, lançada em 17 de março na reinauguração da nova Biblioteca Clodomir Silva.

Embora pauperímo, fora sempre aluno brilhante e de exemplar comportamento. Seus professores admiravam sua inteligência e firmeza de caráter. Exímio orador, rico de imaginações e fértil de considerações, opulento de ensinamentos, Clodomir Silva tinha um espírito bonachão e displicência, eterno namorador de Aracaju, não sabia odiar ninguém. Possuia uma generosidade impar, uma simplicidade de uma criança e consciência de um adulto. Como jornalista criou e dirigiu alguns periódicos: Em novembro de 1916 foi Redator Secretário de O Estado de Sergipe, onde iniciou com revisor; Correio de Aracaju; Diário da Manhã; Sergipe-jornal; A Voz do Operário; A República; O Liberal. Dirigiu outros periódicos literários e humoristicos: O Tagarela; A Rua; A Trombeta; O Espião; Voz Sergipana; A Semana; Almanack de Sergipe.
Clodomir de Souza e Silva faleceu muito jovem, em 10 de agosto de 1932, aos 40 anos, vitimado por cruel enfermidade, febre tifo, após 21 dias de intenso sofrimento, que tanto tempo importunou as vidas dos habitantes da nossa cidade..O Diário Oficial do Estado de 12 de agosto de 1932, noticiou sua morte:

"Faleceu pela madrugada de ontem, em sua residência nesta capital, o lente de língua portuguesa do Ateneu Pedro II, bacharel Clodomir Silva, notável por sua vasta cultura literária e científica, que o destacava entre os nossos homens cultos como uma figura de real mérito.
O seu sepultamento, que se verificou às 10 horas de ontem, no cemitério de Santa Izabel, foi uma fiel demonstração do alto conceito em que era tido o douto mestre extinto, tal a afluência dos elementos de maior relevo da sociedade aracajuana ao lado do pessoal e discente dos institutos de ensino desta capital.
Vários oradores disseram, em torno do túmulo do malogrado intelectual, a grande perda que vem de sofrer as letras sergipanas com o precoce desaparecimento do dr. Clodomir Silva.
Oexmo. sr. Interventor Federal apresentou condolências ao dr. Álvaro Silva, diretor da Penitência do Estado e irmão do falecido."

Ao completar um ano da morte de Clodomir Silva, o Diário Oficial trás em sua edição de 12 de agosto de 1933, um pequeno noticiário sobre as homenagens prestadas ao grande intelectual sergipano:

"Em comemoração à passagem do 1. aniversário do falecimento do talentoso e culto professor sergipano dr. Clodomir de Souza e Silva, realizaram-se diversas homenagens à sua memória, tendo sido celebrada missa na Catedral Diocesana, e à noite, uma sessão magna de pompa fúnebre, na Loja Maçônica Cotinguiba, tendo sido nessa sessão inaugurada, na galeria dos grandes vultos maçônicos daquela instituição, a esfinge do saudoso extinto.
Falaram diversos oradores, tendo sido exstraordinária a concorrência ao templo maçônico.
Para essa ocasião foi distribuido aos presentes o 1. número do jornal maçônico - O Homem Livre."

Mesmo após sua morte, seu nome continuava reverenciado na impressa local e em outros estados como o artigo de Carlos Chiacchio "Dois escritores sergipanos", publicado no jornal A Tarde, de Salvador, em 16 de maio de 1933. O mestre folclorista Luis da Câmara Cascudo, incluiu em 1944, na Antologia do Folclore Brasileiro, o trabalho de Clodomir Silva, "Da Poesia popular sergipana".

O MESTRE ACRÍSIO CRUZ

GILFRANCISCO: jornalista, professor da Faculdade São Luís de França e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. gilfrancisco.santos@gmail.com



“De Norte a Sul era um esforço gigantesco a desenvolver-se, e através de convênios diversos em todos os Estados, realizaram-se obras que constituíram uma sólida base física do sistema educacional brasileiro, além de outras tantas no sentido de formação pessoal docente capaz, relativamente, a diversos níveis de ensino.”

Acrísio Cruz


Acrísio Cruz, filho de Manoel Antônio da Cruz e Maria Leopoldina da Cruz, nasceu em Laranjeiras no dia 31 de outubro de 1906 e faleceu em 13 de setembro de 1969 na cidade de Aracaju. Tendo realizado os primeiros estudos em sua terra natal, estudando na escola Larajeirense, da professora Zizinha Guimarães, uma das mais afamadas do Estado, anos depois residindo em Aracaju, estudou no Colégio Tobias Barreto, dirigido pelo professor José de Alencar Cardoso, popular professor Zezinho. Aos 25 anos passou a dirigir o Grupo Escolar General Siqueira, um dos mais antigos de Aracaju, localizado à rua Itabaianinha, onde hoje está sediado a Polícia Militar, passando depois, para o Grupo Escolar Manoel Luiz, na Praça da Bandeira.
Jornalista, professor, parlamentar e escritor, atuou na vida pública em seu estado natal, com destaque para o campo educacional. Publicou estudos versados em psicologia educacional, livros didáticos, além de artigos e trabalhos acadêmicos, publicados em periódicos especializados, a exemplo das revistas: Neurobiologia, Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe.
O mestre Acrísio Cruz foi deputado estadual de 1951 a 1955, chefe do Departamento de Educação no governo de José Rollemberg Leite (1947-1951), quando implantou mais de 200 escolas rurais e grupos escolares, democratizando o acesso de crianças e jovens à escola. O projeto para construir Escolas Rurais na zona rural, consistia em uma única sala, multi seriada, residência da professora e pedaço de terra para o plantio de hortas e de pomar.
Comandou a então Escola Técnica, hoje Centro Federal de Educação Tecnológica de Sergipe, CEFET/SE. Como deputado Acrísio teve a oportunidade de servir, política e tecnicamente ao governo de Arnaldo Rollemberg Garcêz (1951-1955), inclusive como Secretário de Justiça, apesar de não ter conseguido se reeleger.
No centenário de nascimento de Acrísio Cruz houve várias homenagens: inauguração na Praça da Imprensa do busto de bronze, escultura do artista plástico Bené Santana; lançamento do livro Viagens de volta ao Engenho Maratá, romance inacabado, organizado por suas filhas Isabela Maria Cruz e Marta Vieira Cruz. Quando o professor Acrísio morreu, seu amigo e colega Manoel Cabral Machado (1916-2008), prestou singela homenagem com os artigos O estilista da linguagem ora I e II, publicados em 1969 e 1970, na imprensa local e republicados em 1999 no livro Brava Gente Sergipana:

"Se a morte do professor Acrísio Cruz causou, na vasta roda de seus amigos, uma pesada mágoa, trouxe-me mais uma sensação estranha do empobrecimento. Não era só o companheiro perdido e perdido inesperadamente, por mais que vagos receios teimassem por insinuar um desaparecimento próximo. Inquietava-me pelos gestos frágeis ou pela fisionomia fatigada e baça, apesar do otimismo estimulante dos seus médicos.
Vi, ainda, nessa morte, uma espécie de prejuízo público. Uma perda irreparável do patrimônio comunitário,sem que se pudesse salvar, ao menos, qualquer relíquia valiosa.
Do político, do educador e do intelectual, Sergipe esquecerá, em breve, o intelectual Acrísio Cruz. Lamentavelmente, por negligência, desinteresse ou falta de estímulo, não produzira a obra de arte que poderia escrever. Esgotou-se na dispersão de uma disponibilidade complacente aos ouvidos atentos que os escutavam ou na luta brava contra os que o agrediam, e mordiam a cruel hidrofobia provinciana. E por bastar-se de ouvintes, abandonou os leitores. E assim não compôs o romance de costumes que seria capaz de elaborar ou redigir as lembranças que deveria memoriar, notadamente as suas memórias dos outros."
Em 1. de outubro o jornalista Acrísio Cruz através de discurso, justifica uma moção de gratulação e apoio ao Presidente da República, Washington Luís, merecendo a unanime aprovação do Conselho Municipal de Aracaju, homologando as candidaturas à Presidência e vice Presidência da República, no próximo quatriênio, dos senhores Júlio Prestes e Vital Soares:

Sr. Presidente

Srs. membros deste Conselho:

Como representante do povo aracajuano nesta casa, deve dizer que a moção era submetida por mim à consideração de vós todos tem já a sua justificativa, evidenciada na admiração com que este município, acompanhado pelos demais do Estado, olha o governo altamente patriótico do dr. Washington Luís.
Na hora presente em que duas correntes políticas se manifestam na opinião nacional, duas correntes homogêneas, mas antagônicas, o povo brasileiro tem sabido com grande vigor cívico aplaudir a maneira porque se há conduzido o Presidente da República. E esse antagonismo, senhores, a que acabo de me referir, está patenteado, à vista da nação, no estendal de ameaças com que os sectários do liberalismo se recomendam à apreciação do Brasil.
Dezessete unidades da Federação Brasileira, o Distrito Federal e o grosso da imprensa nacional deliberaram, em momento tão feliz, levar aos postos de Presidente e vice-Presidente da República, respectivamente, os srs. Júlio Prestes de Albuquerque e Vital Henrique Baptista soares, no próximo pleito eleitoral de 1. de março. Essa iniciativa da família republicana foi inspirada nas realizações daqueles dois grandes homens públicos, o primeiro, dirigente dos destinos de São Paulo, e o segundo da Bahia. São dois brasileiros identificados de há muito com o nosso povo.
O talentoso deputado Humberto Olegário Duarte leader da maioria na Assembléia Legislativa do Estado, em vários artigos divulgados pela imprensa local, pois sob os olhos dos sergipanos os feitos e a educação política daqueles dois grandes cidadãos, que prometem ao Brasil uma época de prosperidade e de segurança econômica.
Não faz muito tempo, o dr. Washington Luís, na Associação Comercial do Rio de Janeiro, deu mais uma prova da elevação de seu espírito aos liberais que a todo instante ameaçam ensanguentar o sólo da Pátria.
Foram as seguintes as palavras de sua excelência: Podeis estar tranquilos senhores, porque a propaganda eleitoral decorrerá num ambiente de segurança de calma e liberdade. A rigor o momento é de júbilo nacional, porque vem mostrar que o Brasil progrediu bastante, que já é uma Nação consciente de si mesma,que confia, que tem opinião e tem vitalidade.
São as manifestações e os atos do dr. Washington Luís que o impõem ao conceito do povo brasileiro.
Ninguém desconhece mais que o Governo de sua excelência tem determinado ao Brasil um período de completa paz, um período em que resurtem empreendimentos e realizações extraordinárias, um período em que o nosso país, adolescente ainda está observando e realizando as iniciativas dos povos mais velhos, um período, enfim de respiração, sucedido aos tempos conturbados do quadriênio passado.
No mesmo discurso, aludido linhas acima, sua excelência disse mais: " a 31 de dezembro do primeiro ano do meu Governo, só permaneciam nas prisões aqueles que, sub judice, tinham sua causa pendente do veredictum da Justiça, sobre a qual, como sabeis, não pode ter ação o Poder Executivo"
Por tudo isso sente-se que se não podia absolutamente desejar um Governo melhor do que o sr, dr, Washington Luís, de quem podemos dizer, - um Governo do povo pelo povo.
A lavoura e a indústria têm sido incentivadas de modo considerável, o ensino superior rigorosamente cuidado todos os esforços convergem para a integralização da nossa estabilidade financeira, e se desenvolvem também para a certeza de um futuro grandioso, que poderá ser avaliado desde já pelas possibilidades que nos reserva esta imensidade territorial do Brasil, enquanto os seus destinos forem confiá-los à sensatez e ao verdadeiro patriotismo de seus filhos.
É chegado o memento do município de Aracaju, cuja administração está entregue à honradez e à infatigabilidade do sr. Theophilo Dantas, se preparar, afim de entrar na liça, onde a vontade popular brasileira vai eleger o cidadão que há de governar o País no quadriênio de 1930 a 1934.
Em que pensem a honradez e a operosidade do dr. Júlio Prestes, temos a observar e a levar consideração a última Mensagem do insigne estadista de S. Paulo, que é um transunto de administração ousada de empreendimentos gigantescos e de moralidade política.
O Brasil tudo espera do esforço, do talento e do tino político-administrativo do Presidente paulista. Ele assegurar a esta grande nação a continuidade do progresso, da paz e de maior moralização possível na verdadeira prática do regime.
Os fatos aduzidos nesta minha oração, e em todos os órgãos da imprensa local, ademais, a vossa admiração claramente manifesta à sua excelência sr. Presidente Washington Luís, bastarão para que eu consiga facilmente seja aprovada a moção que vos acabo de apresentar.
E esse dever nosso, no que tange à questão política do momento, é também de Sergipe, presentemente entregue às mãos honradas do preclaro Presidente Manoel Dantas, que apóia com intransigência as candidaturas nacionais.
Voltando a falar sobre a personalidade do Chefe da Nação e sobre o modo pelo qual s. ex. está se desobrigando da sua alta missão, em face da atitude liberal, devo dizer mais uma vez que o Brasil tem justas razões em render culto ao seu patriotismo.
Representantes que somos, senhores, deste município - uma célula bem desenvolvida da nossa organização administrativa, temos também a obrigação moral de apoiar entusiasticamente o Governo do Presidente Washington, que está se desenvolvendo num ambiente de liberdade civil e de liberdade política.

(Diário Oficial do Estado de Sergipe, 4 de outubro, 1929)

A PRISÃO DE VOLTA SÊCA EM SERGIPE

GILFRANCISCO: Jornalista, professor da Faculdade São Luís de França e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. gilfrancissco.santos@gmail.com

O medo da prisão transforma o homem numa fera, é isto mesmo: os crimes dos “macacos” foram iguais aos nossos. Mas nada aconteceu com eles, nem com os homem importantes e ricos do sertão, que nos ajudaram, nos davam armas, dinheiro e comida, continuam ricos e importantes.
Lampião não foi o primeiro dos cangaceiros, mas sua presença marcou o rompimento entre o cangaço e as outras formas de violência e autoridade. Seus antecessores estavam ainda fortemente vinculados aos coronéis, ou às formas tradicionais de controle. Em julho de 1938, Lampião, Maria Bonita e nove cangaceiros são mortos em emboscadas preparada pela polícia, na fazenda de Angico, em Sergipe. Um dos mais importantes cabras do bando de Lampião, Volta Seca (Antônio Santos), fugitivo da Penitenciária do Estado da Bahia, foi preso em Inajaroba, pela força Policial do Estado de Sergipe, comandada pelo oficial do Exercito Capitão Bernardino Dantas. Informação contrária publicada na coluna Gabinete da Interventuria - Noticiário, Diário Oficial de 7 de março de 1944: "Comunico V.Excia, foram capiturados pelo destacamento local, sob comando Cao Mario Gomes Maranhão, bandidos Volta Seca e Manoel Porfírio dos Santos, enviados ontem essa capital. Respeitosas saudações - Edmundo Silveira Coelho, Prefeito interino."

Volta Seca por duas vezes fugiu da cadeia. A primeira foi concedido um “passeio experimental”, saiu e não retornou, ficou perambulando pelas ruas da capital. A segunda vez, fugiu em companhia de outro sentenciação e saiu pela porta principal sem ser percebido. Apesar de não ter sido capturado em combate, a polícia baiana ganharia notável publicidade com a prisão de Volta Seca que ocorreu em virtude do cansaço (longa caminhada a pé pela mata durante vários dias) do companheiro de cárcere que ficou muito doente, ao ponto de querer desistir da jornada. Volta Seca não o abandonou, levou-o nos ombros até o primeiro povoado mais próximo, onde foi reconhecido pela população e denunciado a força pública, em seguida preso e recambiado a Salvador

A notícia de sua fuga do famigerado bandoleiro, deixou a população sergipana preocupada, porque ainda não havia desaparecido do espírito nordestino a época de terrorismo em que o banditismo de Lampião criou nos sertões de Pernambuco, Sergipe, Bahia e Alagoa e de tão graves conseqüências para o homem do campo. Segundo o Dep. de Segurança, “Volta Seca fugiu da Bahia pelo litoral, penetrando neste Estado pelo município de Estância, e sendo preso em companhia de outro bandoleiro, entre os municípios de Inajaroba e Cristinápolis.” (Diário Oficial. 5. março. 1944)

Após tomar conhecimento da fuga as autoridades sergipanas, determinaram rápidas e enérgicas providência, estabelecendo imediatamente contato, com os destacamentos policiais de todo o interior e foi determinada severa vigilância. Força Policial do Estado, que relevante serviços prestou no combate ao banditismo, quando este esteve em plena campanha, traz de público, uma vez mais, a sua disposição de combatê-lo, sempre com mais energia, defendendo, com a sua coragem e a sua técnica militar:

“Transportado de Inajaroba para esta capital, desde a sexta-feira última que aqueles foragidos estão recolhidos à Penitenciária do Estado, à disposição das autoridades policiais do vizinho Estado da Bahia, de onde se evadiram.” (Diário Oficial, 8. março. 1944)

Quando foi preso pela primeira vez, no final de fevereiro de 1932, Volta Seca submeteu-se a exame psicológico realizado pelo Dr. Artur Ramos:

“Atitude de humanidade. Fala arrastado, responde com precisão a questões que lhe propõem. A este exame preliminar, parece haver um certo grau de mitomania. Aumenta um pouco os relatos de crimes dos seus companheiros. Admiração incondicional pelo compadre Lampião, o que denota um certo grau de erostratismo criminal.
Olha móvel, desconfiado, intimidado com a presença de várias pessoas – oficiais da Força Pública – que o inquirem.
Esta vaidade criminal leva-o até a descrer no fracasso de Lampião, que julga invulnerável...”
Segundo Zé Sereno, depois da prisão de Volta Seca, ninguém nunca mais acampou no Raso da Catarina, ou na serra do Chico. Quando o cangaceiro foi preso, Lampião ordenou a divisão dos grupos, entregando o comando aos seus mais experimentados homens: Luís Pedro, Zé Baiano, Velho Cirilo, Jararaca, Manuel Moreno. Cada um com seu grupo formado, saiu do Raso para penetrar nas caatingas. Ao tomar conhecimento da prisão de Volta Seca, Lampião soube que os irmãos Roxo o haviam entregue à polícia e decidiu vingar. Passou na casa dos irmãos e assassinou todos eles, exceto a mãe e um irmão que encontrava-se viajando. Incendiou a fazenda e destruiu plantações.
Um fato curioso é que "desde que fora internado naquele estabelecimento penitenciário, Volta Seca, com o interesse de captar a confiança de seus vigias, dedicara-se a fazer flores de cera e se exercitava na ginástica, trazendo em si a idéia fixa de uma evasão. Foi o que veio acontecer." (Diário Oficial, 5. março. 1944)
Sergipano de Itabaiana, filho de Manuel Antônio dos Santos e Arminda Maria dos Santos, era o sexto dos 13 filhos do casal, nascera em 18 de março de 1918. Volta Seca havia se juntado ao bando de Lampião em 1929, aos onze anos, e não era a primeira criança a ser aceita no bando: Beija-Flor, Deus-te-Guie, José Roque e Rouxinho. Elas era utilizadas na lavagem dos cavalos, no carregamento de água, na arrumação e assepsia de pousos e acampamentos, e foram muitas vezes usadas nos serviços de espionagem. Portanto, a sua passagem pelo cangaço foi rápida, não mais de 4 anos.
Volta Seca saiu pelo mundo devido aos maus tratos da madrasta, pessoa violenta que espancava constantemente os enteados. Percorreu sozinho os sertões de Sergipe e Bahia, até encontra Lampião em Goroso, no município de Bom Conselho. Em entrevista concedida ao jornalista Joel Silveira, em março de 1944, na Penitenciária da Feira do Cortume, situado na Baixa do Fiscal, Volta Seca diz que no princípio apanhava quase que diariamente de Lampião e outros cabras do grupo. Mas depois endureceu o cangote e o "primeiro que me apareceu com ares de pai, recebi com a mão no rifle."
Por ser menor, Volta Seca teve que aguardar a maioridade, 21 anos para ir a julgamento. Transferido para Queimadas (BA), a fim de responder por crimes do banco naquele local. Condenado a 145 anos de cadeia no primeiro julgamento, Volta Seca teve a pena reduzida para 30 anos de reclusão. Mais tarde o processo foi revisto e a pena reduzida para 20 anos. Em 1954,Volta Seca foi perdoado pelo Presidente Getúlio Vargas. Em liberdade, analfabeto e um homem marcado pela sociedade, viu-se diante de um grande desafio. Casou-se e foi morar no Nordeste, quando recebe um convite para morar em São Paulo, do cineasta e diretor Lima Barreto, para assistir e criticar o filme O Cangaceiro (1953), mediante uma gratificação. O ex-cangaceiro condenou a cena em que Lampião chicoteia um cabra na cara. Diz que nos sertões não se faz isso com homem, se mata, pois cara de homem no nordeste é sagrada. Graças as novas amizades conseguiu emprego na Estrada de ferro Leopoldina, onde trabalhou por vários anos. Cantor e compositor em 1957 Volta Seca gravou pela Continental o LP, com apenas 8 faixas, As Cantigas de Lampião, com instrumentação do maestro Guio de Moraes: Acorda Maria Bonita, Escuta Donzela, Eu não pensei tão criança, Lá prá Mina, A Laranjeira, Mulher Rendeira, Lampião e Sabino, Se eu Soubesse. Em 1959, teve o baião A Laranjeira gravado por Zé do Baião e no ano seguinte por José Tobias a toado Se eu Soubesse.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

PINHEIRO VIEGAS E O EPIGRAMA NA BAHIA

GILFRANCISCO: jornalista, pesquisador, professor da Faculdade São Luís de França e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. gilfrancisco.santos@gmail.com


Hoje quase ninguém pronuncia o nome dele, mas há 80 anos era o líder absoluto de um grupo de jovens rebeldes talentosos, feroz epigramista, a desancar poderosos e janotas das letras locais. Jorge Amado, um de seus liderados, disse que, pela inteligência, era descendente direto de Castro Alves, o único em seu tempo: Pinheiro Viegas.
Apesar da longa militância jornalística no sul do país, especificamente no Rio de Janeiro, e ter publicado vários livros, Pinheiro Viegas tornou-se conhecido, principalmente, a partir da década de vinte, quando fundou na Bahia a Academia dos Rebeldes, e vinculou-se a uma nova geração que surgia nesse momento, representando uma nova corrente literária: o Modernismo. Foi neste período que mais se desenvolveu sua produção de epigramas na Bahia, técnica esta também utilizada por outros membros do grupo, o que prova a sua influência entre os jovens iniciantes nas letras.
Entre os gregos, primitivamente, o epigrama era tomado em sentido etimológico: designava toda sorte de inscrição, em túmulos, monumentos, estátuas, medalhas, moedas, etc; em verso ou prosa, voltada à lembrança de um acontecimento memorável ou de uma vida exemplar. Hoje entendemos como epigrama, composição poética breve e satírica, expressando um conceito ou pensamento malicioso da maneira mais incisiva.
Vejamos do romancista e poeta Clóvis Amorim duas quadras, uma delas dirigida a um parlamentar:

Deputado de cartaz
Na atual legislatura
O moço tem por detrás
Quem lhe faça cobertura.

* * *

Veio ao mundo esse Raimundo
Devido a um erro, talvez,
E só Deus que fez o mundo
Sabe ao certo quem o fez.

Deve-se ressaltar, porém, que o seu gênero principal foi o epigrama, de grande moda na época e na Bahia, com certeza, era onde existia os melhores especialistas do epigrama, como: Lafayette Spinola, autor do Livro Harpas & Farpas, publicado em 1943, no qual o epigramático dedicou um capítulo ao epigrama da Bahia. Com seu jeito peculiar de dizer mal, com o máximo de malícia, referindo-se a certo nazista das letras baianas: “sendo um quinta-coluna confesso, não chega a ser nocivo, porque lhe faltam méritos até para o mal...”
Outro grande divulgador do epigrama na Bahia foi Aloísio de Carvalho (1866-1942), o velho Lulu Parola, como era conhecido, com seu sarcasmo suave, a sua ironia sutil, algo malicioso, fazendo mais rir do que chorar. Aloísio de Carvalho manteve “Cantando e Rindo”, título de uma

coluna em verso, que manteve, durante muitos anos, na imprensa, no seu Jornal de Notícias, de outubro de 1891 a março de 1919. Vejamos uma de suas sátiras de citação obrigatória:.

Deu-se uma em um tóro de madeira,
E a ema engoliu
Deram pedras depois. De igual maneira

A ema os digeriu
Alguém, após, uns ferros lhe atirou,
E a ema os devorou
Jogaram em seguida, o teu poema
E a ema
(Sabem vocês que foi que sucedeu?)
Engoliu e morreu.

Deraldo Dias, médico e professor do Ginásio do Salvador, dedicou-se ao gênero com muita espiritualidade. É de sua autoria esta esplêndida sátira ao colega de grau:

Doutor dos mais eminentes.
Homem severo, impoluto,
Entre os deveres urgentes,
Por que não perca um minuto,
Vai visitar os doentes
Logo vestido de luto.

Outro epigramista pouco conhecido é Gilberto Guimarães, autor destes versos a um literato gordo:

Você diz que pesa oitenta
Quilogramas. (Quem diria?)
Tirada a massa cinzenta
O peso não mudaria.

Roberto Correia, poeta oficial do 2 de julho epigramou:

Forçosamente de origem
Diabólica ou remota
Deve ser cor de fuligem
A alma de todo o agiota!

A prática de se fazer epigrama na Bahia nesta época era tão importante, que o poeta Roberto Correia, pseudônimo de Robison, passou a colaborar entre 22 de novembro de 1925 a 21 de março de 1926, no jornal O Imparcial, onde publicou 51 epigramas:

“Epigramas

Iniciamos, hoje, num cantinho diário desta página, a colaboração, em verso, sob o título acima, de um dos mais festejados e brilhantes poetas baiano da atual geração.
Terão assim os leitores, diariamente, oportunidade de rir ou de pensar amargamente numas tantas realidades ridículas da vida, graças ao prestígio, muita vez ferino, das quadrinhas do Robison, ao mesmo tempo um dos nossos líricos mais espontâneos e queridos”. Vejamos mais dois desses epigramas:

Sei, nobre amigo, de sobra.
Que ao bom artista imitais:
- Na quantidade da obra...
- Na qualidade...jamais!

* * *

Há espíritos poéticos.
Que fazem versos exóticos:
Na forma - sempre anti-estéticos!
No fundo - sempre caóticos!

Outros nomes haveria ainda a citar, como os de Castelar Sampaio, Deraldo Dias, Magalhães Neto (1897-1969). A sátira ferina de Silvio Valente (1918-1951), que através da coluna em versos Tabuleiro da Baiana, publicada no jornal A Tarde, assinada por Bernardo Só e Pepino Longo, pseudônimos que adotou, abriram o riso na sociedade baiana. Sobre o lançamento do romance A Cigana, 1949, de Edith Mendes da Gama e Abreu (1903-1982), diz:

Conselhos ouve quem quer,
mas lá vai um, D. Edith:
escreva o que lhe aprouver,
escreva... mas não edite.

Sobre esse gênero muito em voga na Bahia, tendo Pinheiro Viegas como mestre de uma geração e por tantas vezes louvado de alta maneira como o “verdadeiro príncipe da ironia desterrado dos bons tempos de Florença, como um Cellini, lavorando a frase, com estranhado amor com que o criador de Perseu abria na Prata os seus primores de perene beleza.” [1] Seu companheiro Jorge Amado o considerava “terrível epigramista” enquanto que Raimundo Magalhães Júnior que além de epigramista o viu como destabocado e cético.[2]
Além disso, foi neste período, um dos únicos, ou único, a se utilizar do epigrama como meio de ataque, o que vem explicar talvez a sua não inclusão entre os intelectuais da época e até mesmo a sua marginalização, uma vez que entre os que atacava se encontrava aquele de maior prestígio na Bahia: Carlos Chiacchio. “O temido crítico de A Tarde, cujo rodapé semanal fazia e desfazia reputações literárias.” [3]

A. C. Chiacchio
Macarrão e azeite de dendê
Óculos, bigodes, panças, eis o dr. C. C.
Ironia!
Com todos esses ces –
O crítico melhor é o pior
poetaço da Bahia.

Ainda contra Chiacchio, que mantinha no jornal A Tarde a coluna Homens e Obras, saia às terças-feiras.

Terço às terças. Lusco fusco
Muitos homens, poucas obras
Roda mão. Caso patusco
C. C. Macarrão etc. Cobras.

Por causa de uma composição intitulada A música dos bilros, de Arthur de Salles, o poeta foi debochadamente apelidado de Arthur dos Bilros.

Aqui jaz Arthur dos Bilros
Poeta de casca e pau...
Os vermes não o comeram
Por estar de Sangue Mau.

Ainda sobre o poeta de Sangue Mau, disse o epigramista baiano, que ele se tornava o sósia mental de quantos poetas acabasse de ler e que seus livros estavam em todas as livrarias mas em nenhuma biblioteca.
Sobre o poeta Álvaro Reis, um figurão das letras baianas, (Grêmio Literário da Bahia, Nova Cruzada e Os Annaes), que só fazia versos complicados, não raro em língua francesa, atribuiu-lhe através de publicação no O Gavião, o seguinte:

Dialogue

Avec une femme três jolie
(Em francês macarrônico)
Ele – Mon amour, mon amour, ma femme sympathique!
Ela – Entrez, mon bien chéri, mon homme pernostique!...
Je désirais parler avec Voronoff...

Para Sérgio Cardoso morto em 1933, poeta rebelde por índole e princípio, que viveu sempre sem escolas, companheiro de boêmia, sobre seus versos escreveu:

São como um frasco pequeno
Teus epigramas, que horror!
Por fora, lê-se: “veneno”
Bebe-se e é água de flor.

Natural de Belmonte (BA), Florêncio Santos, pseudônimo de Flosan, simpatizante do grupo dos Poetas da Baixinha, mereceu de Pinheiro Viegas, inúmeros epigramas:

De Belmonte Flosan veio,
muito magro, muito feio,
recomendado ao S. Campos,
que lhe pôs dentro dos tempos
toda a carta de ABC...
e outras coisas, já se vê...

Mais este:

– Mamãe, me diga de tantos,
Homens seus, quem foi papai?
– Florêncio, qualquer dos Santos
De Belmonte foi teu pai.

Ainda sobre Flosan:

Nesta cidade malsã
O clima é senegalesco
Mas, agora entrou um fresco
Chegou, há pouco, o FLOSAN.

Quando Florêncio Santos publicou Imagens que Dançam; Viegas disse:

“Imagens que dançam”, duas,
O samba carnavalesco
Vejo em croniquetas suas
Assinadas F. o fresco.

Sobre Nonato Marques, João Amado Pinheiro Viegas, escreveu:

“Non Nato, eis o feto literário
que não chegou a ver a luz.”

Sobre Elpídio Bastos, companheiro do grupo dos Poetas da Baixinha, autor do livro de poesia Inquietação, disse Viegas:

“Os pretos estão agora fazendo versos brancos.”

Ainda sobre Elpídio vamos encontrar mais um epigrama, quando este publicou Centelhas:


Poeta de centelhas
O preto, à noite, a chuva eram um carvão molhado
Sem telhado.
Lá fora, à noite, a chuva, é um preto sem telhado.

Além de ser mal pago como jornalista e enfrentar uma série de dificuldades financeiras, recebia o pagamento em parcelas, o que levou a fazer estes epigramas, contra os donos do jornal em que trabalhava. As quadras foram para os dois jornalistas, Mário Simões (diretor de redação) e Mário Monteiro (diretor financeiro), que haviam na época adquirido o antigo jornal O Imparcial, para o lançarem em nova fase.

Depois de Mário o primeiro
Outro Mário não faz mal
São quatro mãos no dinheiro
E quatro pés no jornal.

E ainda:

Dentre as folhas amarelas
A melhor é o Imparcial
Mas, como paga em parcelas,
Só pode ser parcial.

Ao famoso Café das Meninas, que era o ponto de encontro preferido todas as tardes com o seu grupo literário, certa vez chegou o jornalista Jonatas Milhomens, que freqüentava a roda boêmia de Viegas, tirou de uma velha pasta um volumoso trabalho, e pediu-lhe para que lesse e desse a sua opinião. Pinheiro Viegas não se fez de rogado, passou a ler o extensivo original. Após a leitura, perguntou o Jonatas muito ansioso. - Então mestre, gostou? Depois de um longo silêncio Viegas respondeu:
Coitado, mil homens, todos analfabetos!

Em 1929, dirigiam A Notícia, Emanoel Santana e Ciro Rodrigues Filho, tendo como financiadores Bráulio Xavier, governador da Bahia em 1912 e Frederico Costa. Este jornal defendia Vital Soares, governador da Bahia (1928-1929), sendo, portanto, contra a Aliança Liberal, de que Viegas era partidário, fato que mereceu os seguintes epigramas:

Ponham já ácido fênico
Nesta folha vitalícia
– Vendem papel higiênico?
– Não, doutor. Compre A Notícia.
_____________________________

O Xavier disse ao Costa
– Neste caso, é melhor mandá-los à polícia
A Notícia: Rodrigues e Santana
encobriram a bosta.

Segundo depoimento de seus companheiros de grupo, Pinheiro Viegas, gostava de caracterizar-se como homossexual, como uma maneira de afrontar a moral vigente. Viegas fez um epigrama para Augusto Silva Filho, estudante de Direito, porque este fez um poema onde insinuava ser Pinheiro Viegas um homossexual. Mostrou-o a Viegas, que lhe respondeu: “Em geral as premissas literárias se oferece aos pais”, respondendo com o seguinte epigrama:

Para escritor não tem jeito
Filho José Silva Augusto
estudante de Direito
por empenho e muito custo.

Na verdade, quanto a ataques, pouca gente escapou à sátira de Pinheiro Viegas. Foi chamado na época do novo Gregório de Mattos, devido não só ao mesmo estilo utilizado por este para criticar, como pela fúria com que atacava. Segundo Grieco, ele “era feroz com os medalhões... crivava de farpas e sarcasmo as figuras da vida pública e das letras baianas.” [4]
Contra Antônio Muniz Sodré de Aragão (1881-1940) expressiva figura no cenário político nacional, quando este veio dirigir o Diário da Bahia, antes de 1930:

Do Rio à Bahia veio
Velho escritor furibundo
Dois quilômetros e meio
Em cada artigo de fundo.

Contra D’ Almeida Vitor, conhecido como Tíbias Flores, fez uma conferência com o título Hermes Fontes, O Divino Desgraçado. Viegas fez então o epigrama:

D’ Almeida Vitor, menino,
Tíbias Flores reputado
Hermes Fontes foi divino
Tu que és burro, és desgraçado.
Ainda com D’ Almeida Vitor:

D’ Almeida Vitor, vitrolas
Vitrolas Vítor D’ Almeida
Foi a Sergipe, ora bolas!
e fez lá a sergipeida.

Merecem destaques ainda estes versos escritos por Pinheiro Viegas contra D’ Almeida Vitor, publicados na coluna “Jardim Suspenso” d’O Jornal.

Edgar Victorando
Para o Tíbias Flores

Lá na Escola de Sargentos
Vai passar vários tormentos...
Ó vida cachorra e porca!
Mas no quartel não se enforca!


Contra o baiano Vital Henriques Batista Soares, senador estadual (1925), deputado federal (1926) e Governador da Bahia (1928-1929), a respeito de Discursos e Conferências:[5]

Leiam V. Exc., mais um livro original
Discursos e Conferências. Autor: fulano de tal.

Sobre o chanceler Otávio Mangabeira (1886-1960); autor do livro Halley e o Cometa de seu nome (Precedido de um breve estudo, preparatório e geral, sobre o céu e os corpos celestes, particularmente os cometas), publicado em 1910, diz o seguinte:

Político; escritor, diplomata, engenheiro.
Na Bahia era astrônomo
Mas, em todo o Brasil o Otávio era o primeiro gastrônomo.

Ministro dos estrangeiros, palácio Itamarati
a língua dos brasileiros é língua bunda ou tupi.

Sobre seu irmão João Mangabeira (1880-1964), também político, e discípulo de Rui Barbosa, tendo inclusive participado ativamente da campanha civilista, apoiando sua candidatura presidencial, mereceu de Viegas com muito humor este epigrama:

Que fúnebre orador é o Jota Mangabeira !
É capaz de falar dez horas de relógio !
É sempre a mesma coisa, é sempre o necrológio,
do sogro bonachão de Batista Pereira.


Sobre o jornalista Henrique Câncio, cronista social de A Tarde, onde assinava com o pseudônimo de Maria Lúcia, diz Pinheiro Viegas:

Sou Maria Lúcia às vezes,
na Bahia, ou em Bizâncio,
Barriga de nove meses,
enrique... sendo, sou Câncio.

Quando o escritor Afrânio Peixoto (1876-1947), publicou o livro A Esfinge, em 1911, alcançando grande sucesso de crítica e de livraria, Viegas não perdoou o imortal:

Médico, escrevente, canhoto,
tudo que escreve, sai torto.
Deu a luz, não, foi aborto,
d’ “A Esfinge” Afrânio Peixoto.

Sobre Epaminondas de Souza Pinto, organizador do livro Rui e a Poesia Nacional, publicado em 1949, onde vamos encontrar o poema de Pinheiro Viegas, Saudação a Rui Barbosa, de 1916:

O general Tebano nem brincando mentia
o prof. baiano nem brincando fala a verdade.




Com a Revolução de 30, vários políticos assumiram cargos administrativos na Bahia, vindos de outros estados, como o Governador (interventor) Juracy Magalhães, o Chefe de Polícia João Facó e o Delegado Auxiliar Hanequin Dantas, todos cearenses. E Viegas não perdoou os intrusos:

Bahia os viu bem “ruim”,
magros, feios, amarelos;
três flagelados, flagelos,
Juraci, Facó e Hanequin.

Dois farmacêuticos inexplicavelmente resolveram adotar a profissão de jornalista, nas páginas do jornal A Noite, para apoiar o governo de Góes Calmon, em troca do silêncio sobre o descalabro político. Como recompensa receberia benefícios oficiais, o que revoltou Viegas:

As bocas cheias de rolhas,
boticas em velhos prédios...
Fazem remédios de folhas,
e fazem das “folhas” remédios.

Sobre A Noite mesma diria ainda:

Não leio A Noite porque sou míope.

Ao jornalista Fuão dos Santos:

Fuão dos Santos não pode
De um bode tirar a vida.
Mulato que mata um bode,
Com certeza, é parricida.

Muito hostilizado nos epigramas do poeta maldito, foi o professor Edgar de Raggio Ribeiro Sanches (1892-1972):

Sanches ou Sancho. De acordo
Pan’ca ou pancismo. Percebo
Tenho sebo de homem gordo
Sebo. Sebo. Sebo. Sebo.

Diria o político gaúcho João Neves da Fontoura (1887-1962), Pinheiro Viegas nos deixou essa quadra:

Tal mal escreves,
Não falas bem.
Oh! João Neves,
João Ninguém...

Certa vez, se queixou para os companheiros de boêmia da dureza do assento do Café Progresso (Baixa dos Sapateiros, 7/9, filial, Rua Dr. J.J. Seabra, 269): Além de tudo, esse Café Progresso deixa o freguês possesso com esse acento agudo.

Mais quadras de Viegas:

Um verme a outro verme disse:
-Você vai comer um vate?...
-Ora deixe de tolice -
esse é de chocolate.

* * *
O meu copo de absinto
é o meu mundo fictício
sou paxá mandarim, sibarita nababo.

* * *
Lírica a musa antiga
anda à mercê da lua
Está quase a chorar..
Ponho-a fora na rua.

* * *
Triste, olhando à janela o plenilúnio e o Atlântico.

* * *
Eu tenho em minhas mãos
das suas mãos o aroma.
Tenho na minha boca
o beijo da sua boca.

* * *
O português pôs na preta,
chopin de chopp chupeta,
o camundongo mulato,
rato... rato... rato... rato...

Sobre o poeta pré-modernista Átilo Milano (1897-1955), que exerceu intensa atividade jornalística no Rio de Janeiro, colaborando em diversas publicações, Viegas disse: “Você não passa de um mau pizzicato de violino de seu pai”.
Sobre Hermano Santana, filósofo e beletrista, que usava o nome suposto de Lúcio de Montalvão, e que fisicamente, era bastante gordo, disse Viegas:

O grande chapéu gri, talento nunca visto,
É o grave diretor do jornal “A Banana”
A banana,
Mas, enfim, por ser mano de Santana,
Lúcio de Montalvão é tio avô de Cristo.

Versos dos menos divulgados, mas dos mais impiedosos, este epitáfio cuja vítima era gago, cujos inimigos apontavam como dado a práticas homossexuais, reprováveis na época:

Vendo o vate sepultado
Disse um verme enfurecido:
- isto é trabalho baldado!
O gago já foi comido.

O certo é que Pinheiro Viegas escreveu um número incalculável de epigramas, em sua maioria não publicada, pois muitos ficaram perdidos nas redações dos jornais ou nas mesas de bares, através do “jornal falado”. “Dali saíram os epigramas que circulavam na cidade e punham de orelha em pé literatos, políticos e outros figurões que ocupavam as páginas dos jornais e os cargos políticos.” [6]
Em 1937 Viegas encontrava-se gravemente enfermo. Era aliado da candidatura pela Aliança Nacional Libertadora do escritor José Américo de Almeida para a presidência da república. Por esse motivo, não poupou o candidato adversário:

Senhor de Sales,
Muito gentil,
Armando males
Para o Brasil



NOTAS

[1]. LIMA, Herman, Roteiro da Bahia (Da Arte do Epigrama, 59-63). Salvador, 2ª ed. Imprensa Oficial da Bahia, 1969.
2. AMADO, Jorge e MAGALHÃES JÚNIOR, Raimundo. Jorge Amado; documentos. Rio de Janeiro. Pub. Europa-América, 1970.
3. AMADO, Jorge, Revistas e Movimentos Literários, Revista da Academia de Letras da Bahia. Salvador, nº 34, p. 5-7, jan. 1987.
4. GRIECO, Agripino, Evolução da Poesia Brasileira, Boletim de Ariel. Rio de Janeiro, 1932.
5. SOARES, Vital Henriques Batista. Discursos e Conferências (org. A. Brandão). Rio de Janeiro, Leite Ribeiro, 1929.
6. MORAIS, Santos. O Grupo de Pinheiro Viegas fez o Movimento Modernista na Bahia. Jornal Para Todos. Rio de Janeiro, Ano II, nº 31, 2ª quinzena de agosto, p. 14, 1957.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CALMON, Pedro. 1949. História da Literatura Bahiana. Rio de Janeiro, José Olympio.
CAMPELLO, Cristina Maria Teixeira. 1971. Pinheiro Viegas e a Academia dos Rebeldes. Salvador, Universitas, n. 10, set-dez, p.65-93.
GILFRANCISCO. 1999. ReVisão de Pinheiro Viegas – nas Agremiações Literárias na Bahia, anos vinte. Trabalho de conclusão do Mestrado em Letras, na UFBA. não apresentado.
LINS, Wilson. 1999. Musa Vingadora.Salvador, Universidade Federal da Bahia e Assembléia Legislativa do Estado da Bahia.
MACHADO NETO, Antônio Luís. 1972. A Bahia Intelectual (1900-1930). Salvador, Universitas, n.12/13, mai-dez, p. 261-305.
MARQUES, Nonato. 1994. A Poesia era uma festa. Salvador, GraphCo.
SODRÉ, Nélson Werneck. S/D. Orientações do Pensamento Brasileiro. Rio de Janeiro, Casa Vecchi.
SPINOLA, Lafaiete. 1943. Harpas e Farpas. Salvador, Livraria Progresso.

INSCRIÇÕES PARA O PROGRAMA DE BOLSAS DA FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL/RJ

RENATA MARIA: Pedagoga e Pesquisadora Bolsista da Fundação Biblioteca Nacional. renatamaria.literatura@gmail.com



A Fundação Bibliteca Nacional disponibilizou o seu edital de bolsas para o período de 2010/2011. As modalidades são: Pesquisa, Autores com obras em fase de conclusão e Apoio à tradução de autores brasileiros (bolsa tradução). Serão concedidas por um ano, sem renovação.



As bolsas de pesquisa se dividem em 3 categorias:

Nível 1: candidato com doutorado completo - R$ 2.200,00

Nível 2: candidato com mestrado completo - R$ 1.700,00

Nível 3: candidato com 3º grau completo ou pós-graduação lato sensu - R$ 1.200,00

CALENDÁRIO DAS BOLSAS DE PESQUISA

Inscrição - 01 de março a 31 de março de 2010

Análise 1ª etapa - 01 de abril a 16 de abril de 2010

Análise 2ª etapa - 19 de abril a 30 de abril de 2010

Resultado - 10 de maio de 2010


Acesse os editais na íntegra BN



terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

(REPUBLICAÇÃO) CONVITE - LANÇAMENTO DE LIVRO

RENATA MARIA: Pedagoga e Pesquisadora Bolsista da Fundação Biblioteca Nacional. renatamaria.literatura@gmail.com

Com o intuito de promover uma ampla divulgação desse evento, estamos republicando a matéria abaixo.

Temos a honra de divulgar o lançamento do 1º livro do escritor José Douglas Alves dos Santos [Sr. Infinito].

O evento acontecerá na Livraria Escariz do Shopping Jardins, dia 26/02 após as 18:30h.

Vamos prestigiar o trabalho deste jovem escritor e beber do seu talento e inspiração.


O lançamento da obra “[20099002]”, de José Douglas Alves dos Santos, tendo a participação de outras grandes revelações da nossa literatura: Adalberto Rodrigues, Francisco de Assis, Maurício Ramon e José Roque dos Santos; traz à tona uma nova forma de escrita já há algum tempo apresentada no subterrâneo da sociedade baiana e sergipana, difundida pelo país através de vias digitais, mas ainda não generalizada.

O Inovadorismo* recria através de referências da música (seja do rock e suas vertentes ao MPB e suas raízes), do cinema (através de filmes, diretores, imagens ou diálogos) e da já conhecida literatura mundial (em toda sua vasta dimensão) criações originais e inéditas que condizem com a realidade vivenciada não apenas pelos autores, mas pela sociedade em geral. Uma coletânea (Clássicos do Amanhã) de crônicas, poemas, poesias e haikais que despertam o interesse dos leitores.

*Literatura Inovadora. Termo criado por José Roque dos Santos Nascimento e José Douglas Alves dos Santos para designar um “Novo Estilo de Época”. Algo relativamente grande (no sentido de quase impossível), mas real aos sonhos daqueles que o fazem acontecer.

HO CHI MINH, POETA E GUERRILHEIRO

GILFRANCISCO: jornalista, professor da Faculdade São Luís de França e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. gilfrancisco.santos@gmail.com


Símbolo do Vietnã unificado, guia da libertação e do socialismo vietnamitas, irredutível em questões de princípio, mas flexível e realista na vida prática, Ho Chi Minh foi venerado por seu povo e teve enorme prestígio internacional, talvez só Mao Tsé-tung tenha desfrutado de tanta autoridade e inspirado tanto respeito. Enquanto viveu a centelha do seu pensamento ardeu claramente e nenhuma força pode prevalecer contra ela.



Primeiros Passos

Ho Chi Minh (aquele que ilumina), dito também Nguyen Ai Quog, político vietnamita, nasceu em Kiém Lan, província de Nghé An em 19 de maio de 1890 e faleceu em Hanói em 3 de setembro de 1969. Em 1975 com a queda de Saigon, o Vietnã completa sua reunificação a independência. Saigon transforma-se na cidade de Ho Chi Minh. Em 1909 é expulso da escola por distribuir jornais anticolonialistas.

Em 1915 Ho instala-se em Londres e com 21 anos parte para a França, onde vive como jardineiro e garçon. Em 1919 Ho participa em Versalhes (França) da Conferência de Paz, ela marcava o fim da Primeira Guerra Mundial e um novo começo para muitos países do mundo. Consigo trazia uma lista de sugestão que, segunda a sua opinião, poderiam modificar o futuro de sua terra natal: um pequeno país asiático chamado Vietnã, esmagado pelo colonialismo ( por mais de meio século) francês, que buscava liberdades específicas.

Em 1920, Ho filia-se ao Partido Comunista Francês, três anos depois visita Moscou onde assiste ao V Congresso da Internacional Comunista. Em 1926 funda a Associação da Juventude Revolucionária Vietnamita, na China e quatro anos mais tarde organiza o Partido Comunista Vietnamita. Embora tenha sido primeiro nacionalista, só se transformando em comunista mais tarde, foi membro de pelo menos quatro ou cinco partidos comunistas: francês, soviético, chinês e depois o indochinês.
Apesar da longa militância, Stálin, líder soviético, só tomou conhecimento do revolucionário vietnamita em 1935, quando Ho Chi Minh compareceu como delegado ao VII Congresso Internacional Comunista, fazendo um apelo para que fosse permitido ao partido apoiar qualquer grupo de oposição ao nazifascismo, em franca ascensão na Itália e na Alemanha.
Ho era um homem de movimentos ágeis, movido por curiosidade quase infantil pelo seu país, um homem de contradições e surpresas, algumas deliberadas. Apesar de sua vida ser envolvida em mistérios sobre seu nascimento, família e atividades desenvolvidas por longos períodos, em Ho Chi Minh, a inteligência e sensibilidade são uma só coisa, não há nada de secreto em sua vida pública e particular.

Ho Chi Minh no Brasil

Em 1911 Ho Chi Minh se junta à tripulação do navio mercante La Touche Trevile como ajudante de cozinheiro e viaja pelo mundo. Numa dessa viagem desembarcou no Rio de Janeiro para tratamento de saúde (tuberculose), tendo ficado hospedado por cerca de seis meses em uma pensão no bairro de Santa Teresa. Durante o V Congresso da Internacional Comunista, realizado em 1923, em Moscou, Ho Chi Minh dividiu seu quarto com Rodolfo Coutinho, dirigente comunista brasileiro do PCB, e revelou fatos curiosos sobre sua estada no Brasil em 1911durante o período em que se recuperava de uma tuberculose, que o acompanhava durante uma década. Ho disse que ficara impressionado com a "zona do mangue" (antiga zona de prostituição do Rio de Janeiro), com o cheiro fétido, com o mercado de sexo, subproduto do capitalismo nas condições do atraso semicolonial.

Colonizador

A colonização francesa, que impulsionou certos setores da economia e desenvolveu uma política de grandes obras, provocou movimentos nacionalistas. De início um movimento de mandarins (1855-1896), o nacionalismo vietnamita, depois da I Guerra Mundial, foi elaborado por jovens revolucionários de filiação comunista (Ho Chi Minh, Giap) e também por numerosos estudantes retornados da França. O alto grau de exploração e opressão imposta aos povos da Indochina não refletiam, exatamente os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade da revolução Francesa.
Em 1930 nasceu o Partido Comunista Vietnamita, severamente combatido pelas autoridades francesas. A derrota da França em 1940 teve forte repercussão sobre o Vietnã. O regime colonial francês desmoronou ante a ofensiva japonesa e, em maio de 1941, nasceu a Frente de Independência do Vietnã, que se propunha a lutar contra o japonês e o imperialismo francês.

Em 1945, o Vietnã estava solidamente implantando nas províncias setentrionais, mas permanecia fraco no sul. Proclamado a independência em 2 de setembro de 1945, o Vietnã logo sofreu nova investida francesa. A proclamação, pelo alto-comissionário francês, almirante Thierry d'Argenlieu, de uma República Autônoma da Cochinchina e o bombardeio de Haiphong pela marinha francesa em novembro de 1946, foram o prelúdio da insurreição do Vietnã em 119 de dezembro e de uma longa guerra, encerrada em 1954 com a derrota francesa de Dien Bien Pho e o reconhecimento, pelos Acordos de Genebra, da integridade territorial da República Democrática do Vietnã, mas o país foi dividido em dois, até que eleições gerais decidissem a reunificação.
Diário de prisão

Preso ao tentar entrar no país disfarçado de repórter, passou por uma série de prisões no sul da China. Levado de prisão em prisão (mais de trinta), sobrevivem nas condições mais difíceis: magro era quase um esqueleto quando foi solto. Sua prisão foi feita pela polícia do Kuomintang, quando se encontrava a caminha de Chungking para discutir com Chiang Kai-shek sobre uma frente comum de chineses e vietnamistas contra os japoneses. Seus captores prometem libertá-lo se consentisse em trabalhar para eles. Durante o tempo em que esteve encarcerado Ho foi mantido algemado, tendo como único consolo escrever, relatando seus sofrimentos e reflexões filosóficos. Finalmente concordou em comandar o Don Minh Hoi, ou Liga Revolucionária do Vietnã. Em março de 1944, Ho Chi Minh deixou o Dom e voltou para o Vietnã. Durante sua ausência os japoneses haviam aprisionado muitos colonizadores Franceses, Giap julgou que havia chegado o momento de combater os japoneses.

A partir de setembro de 1945 Vo Nguyen Giap, antigo professor de História Militar Francesa na Universidade de Hanói, juntou-se ao PCI – Partido Comunista Indochinês, conduziu com sucesso, as tropas do Vietminh contra os franceses que , em 1946, iniciariam uma campanha para reconquistar o norte do Vietnã.

Ho escreve na Primeira Página do Diário:

Recitar versos nunca foi um dos meus hábitos,
Mas agora, na prisão, que me resta mais fazer?
Esses dias de prisão vou passar escrevendo poemas,
E o seu canto trará mais depressa o dia da liberdade.

Neste livro o autor revelara um profundo conhecimento da tradição literária oriental, à qual acrescenta sua visão de mundo revolucionário. No Brasil existe duas edições dos seus poemas: Poemas do Cárcere (trad. Coema simões e Moniz Badeira, Ed. Laemmert, 1968) e Diário de Prisão (trad. Harrisson Salisbury, Ed. Difel, 1971). O Diário de Prisão, de Ho Chi Minh foi escrito entre 28 de agosto de 1942 e 16 de setembro de 1943, quando este era prisioneiro da política de Chiang Kai-shek no sul da China. Não é este livro propriamente um “diário” no sentido ocidental, porque consiste de 115 versos – quadras e poemas Tang no clássico estilo chinês.

Cantar a natureza era o prazer dos antigos
Flores e neve, luz e vento, montanha e rios.
É preciso armar de aço os versos de nosso tempo
E o poeta também deve saber combater.

Nos poemas estão as nuances da vida na prisão, suas misérias, com os piolhos, as sarnas, o roubo, a fome, a crueldade dos guardas, os grilhões, o frio, o desconforto, o mau cheiro:

Mesmo com as pernas e braços fortemente amarrados,
Por toda montanha eu ouvi o canto dos pássaros,
E senti através da floresta o perfume das flores da primavera.
Quem me impede de fruir livremente isso,
que tira da longa jornada um pouco da sua solidão?


A Guerra do Vietnã


Conflito armado travado na Indochina de 1954 a 1975. A princípio uma guerra civil pela reunificação do Vietnã e tendo como palco o Vietnã do Sul, com a intervenção aberta e em longa escala dos EUA, o conflito estendeu-se no Vietnã do Norte (sob a forma de guerra aérea), Camboja e Laos. As origens dos conflitos estão na II Guerra Mundial, quando o Vietminh sob a liderança de Ho Chi Minh, lutou contra os japoneses que haviam invadido a região. Em dezembro de 1946, Ho conclamou o povo a iniciar uma resistência ativa, lançando um ataque de surpresa contra os franceses em Hanói. No dia seguinte, porém ele e Giap foram cercados no quartel-general e, em meio ao tiroteio, tiveram de fugir para os campos de arroz nas cercanias da cidade. A partir desse incidente, Ho passou a combater o governo colonial francês, derrotando suas forças em Dien Bien Pho em 1954.

O ato final da Conferência de Genebra, 21 de julho de 1954, porém, dividiu no paralelo 17 o país em República Democrática do Vietnã (do Norte) e um Estado imperial no Vietnã do Sul, marcando um referendo para a unificação em 1956. Em 1955, o imperador Bao Dai, foi deposto, formando-se no Vietnã do Sul uma República sob a liderança autoritária de Ngo Dinh Diem, que decidiu cancelar o referendo e passou a perseguir os comunistas. Estes em janeiro de 1959, iniciaram a luta armada contra o governo de Diem, que foi apoiado por materiais e técnicos militares enviados pelos EUA.
Em janeiro de 1965, Lyndon Johnson ordenou o bombardeio do Vietnã do Norte, para evitar o envio de tropas e armas ao Vietnã do Sul, a partir de abril do mesmo ano, a guerra terrestre foi intensificada; grande número de soldados norte-americanos foi deslocado para o Vietnã, chegando a 545 mil em 1968. Com a eleição de Nixon, inicia-se lenta e gradualmente a retirada americana e a chamada vietnamização do conflito. Em março de 1975 os comunistas iniciaram uma nova ofensiva de envergadura, retomaram várias cidades importantes e finalmente os norte-vietnamitas e as forças revolucionárias ocuparam então Saigon em 30 de abril, reunificando o país e expulsando todas as forças estrangeiras e seus aliados, formaram a República Socialista do Vietnã.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

SEMINÁRIO MEMÓRIA DE ARACAJU NO ROTEIRO DE MÁRIO CABRAL

RENATA MARIA: Pedagoga e Pesquisadora Bolsista da Fundação Biblioteca Nacional.
LOCAL:Biblioteca Pública Epifânio Dória PERÍODO: 02/03/2010 a 05/03/2010
HORÁRIO:09h às 12h
O Seminário Memória de Aracaju no Roteiro de Mário Cabral será uma homenagem ao poeta sergipano Mário Cabral como fio condutor para homenagear a cidade de Aracaju.
Informações e inscrições no Museu do Homem Sergipano, localizado na rua de Estância, 228 - Centro, telefone: 3302-5840 e 3302-5841.

PROGRAMAÇÃO

Dia 02/03 às 9h Abertura e logo após roda de leitura.
Dia 03/03 às 9h A Memória de Mário Cabral.
Dia 04/03 às 9h Memória, Literatura e Cidade.
Dia 05/03 às 9h Memória e Memorialistas.

ORGANIZAÇÃO

Biblioteca Pública Epifânio Dória e Museu do Homem Sergipano.

Fonte: UFS

Mário Cabral

As lutas e idéias expressas através das poesias de Mário Cabral não serão silenciadas pela sua partida. O legado cultural deixado pelo autor compõe a fortuna crítica do estado de Sergipe.
Sua trajetória literária iniciou aos 22 anos com a obra “Cidade Morta”, cujos versos com riqueza cintilante dos temas renovados pelos frêmitos da alegria criadora, valentinamente moça, discretamente ousada e equilibradamente forte, foram publicados em Aracaju no ano de 1954.
Nos anos subseqüentes, o autor publicou: Evolução do Romance (1956), Caminho da Solidão (1962), Espelho do Tempo, Juízo Final (1973), Confissão (1974), dentre outras importantes obras.
As obras desse autor possuem uma grandiosidade perene e enorme crença na literatura e foi através delas que Mário Cabral demonstrou ter uma incontida e permanente paixão pela sua cidade natal, Aracaju.

Bye, Bye Mário Cabral.

Capas de algumas das suas obras:











Leia uma matéria escrita pelo pesquisador Luis Antônio Barreto em homenagem a Mário Cabral:

PÓS-GRADUAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA NA FACULDADE SÃO LUÍS DE FRANÇA


Corpo Docente


Antônio Andrade - Mestre em Educação, graduado em Letras e Teologia
Fabília de Carvalho - Mestre em Letras, graduada em Letras
Gilfrancisco dos Santos - Mestrando em Letras, graduado em Letras
José Marcos de França - Mestre em Letras, graduado em Letras
Marcos Antonio da Silva - Doutor em Filosofia, graduado em Filosofia
Suely Braga - Mestranda em Educação, graduada em Letras
Uverland Barros da Silva - Doutor em Teologia, graduado em Filosofia e em Teologia
Vilma Mota Quintela - Doutora em Letras, graduada em Letras
Taysa Mércia Damaceno - Mestranda em Letras, graduada em Letras
Wagner Lemos - Mestrando em Letras, graduado em Letras


Matriz Curricular

Tópicos Especiais de Língua Portuguesa
Metodologia da Pesquisa Científica
Gêneros Textuais
Lingüística: Perspectivas
Contemporâneas de Análise
Literatura e Ensino
Literatura Brasileira
Didática do Ensino Superior
Teorias Críticas da Literatura
Prática de Morfossintaxe
Leitura, escrita e intertextualidade: Repertórios
Cultura, Literatura e Outras Artes
Análise do Discurso
03 módulos de Orientação de TCC


FACULDADE SÃO LUÍS DE FRANÇA
Rua Laranjeiras, 1838
Getúlio Vargas - Aracaju/SE
FSLF

domingo, 21 de fevereiro de 2010

CONVITE - LANÇAMENTO DE LIVRO

RENATA MARIA: Pedagoga e Pesquisadora Bolsista da Fundação Biblioteca Nacional. renatamaria.literatura@gmail.com

Temos a honra de divulgar o lançamento do 1º livro do escritor José Douglas Alves dos Santos [Sr. Infinito].

O evento acontecerá na Livraria Escariz do Shopping Jardins, dia 26/02 após as 18:30.

Vamos prestigiar o trabalho deste jovem escritor e beber do seu talento e inspiração.



O lançamento da obra “[20099002]”, de José Douglas Alves dos Santos, tendo a participação de outras grandes revelações da nossa literatura: Adalberto Rodrigues, Francisco de Assis, Maurício Ramon e José Roque dos Santos; traz à tona uma nova forma de escrita já há algum tempo apresentada no subterrâneo da sociedade baiana e sergipana, difundida pelo país através de vias digitais, mas ainda não generalizada. O Inovadorismo* recria através de referências da música (seja do rock e suas vertentes ao MPB e suas raízes), do cinema (através de filmes, diretores, imagens ou diálogos) e da já conhecida literatura mundial (em toda sua vasta dimensão) criações originais e inéditas que condizem com a realidade vivenciada não apenas pelos autores, mas pela sociedade em geral. Uma coletânea (Clássicos do Amanhã) de crônicas, poemas, poesias e haikais que despertam o interesse dos leitores.

*Literatura Inovadora. Termo criado por José Roque dos Santos Nascimento e José Douglas Alves dos Santos para designar um “Novo Estilo de Época”. Algo relativamente grande (no sentido de quase impossível), mas real aos sonhos daqueles que o fazem acontecer.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

NOVOS LIVROS SÃO ENTREGUES AO ACERVO DA BIBLIOTECA PÚBLICA EPIFÂNIO DÓRIA

RENATA MARIA: Pedagoga e Pesquisadora Bolsista da Fundação Biblioteca Nacional. renatamaria.literatura@gmail.com


Há exatos 22 anos a Biblioteca Pública Epifânio Dória, espaço do livro e da leitura, não recebia livros novos e o seu acervo era renovado graças às doações de cidadãos comuns e do Sistema Nacional de Bibliotecas.
O dia 09.02.2010 consagrou a ampliação do acervo com a chegada de 558 novos livros adquiridos pela Secretaria de Estado da Cultura, que dispôs de R$30 mil para a realização deste feito.
A solenidade foi marcada pela presença dos representantes do Banese, Segrase e Sec. Estadual De Cultura, pessoas envolvidas com a leitura e a cultura, políticos, imprensa e demais interessados no assunto.
O momento foi também de divulgação de um edital que fomentará a produção de livros no estado. Em parceria com a Segrase e o Banese, a Sec. De Estado da Cultura dentre em breve disponibilizará informações sobre este projeto que visa incentivar a literatura sergipana.

Confira alguns cliques abaixo, por Renata Maria.